Pensamentos inacabados sobre a unidade cristã

Sandro Baggio
29/10/2019
Devocional

Há alguns anos fiz amizade no Facebook com um pastor mais velho que eu, que parece ser bastante amigável e comprometido com o Evangelho. Tínhamos vários amigos em comum e compartilhávamos muitas das mesmas postagens sobre diversos temas. Tivemos a oportunidade de nos encontrar num congresso de teologia e a amizade parecia ir bem.

Então um dia, após eu ter postado um texto que questionava um tema teológico defendido por ele, notei que já não éramos mais amigos no Facebook. Preocupado, enviei-lhe uma mensagem para saber o que havia ocorrido. Ele me respondeu rapidamente: “Fique tranquilo, rapaz. Não houve nada. Só percebi que não temos muito em comum.”

Pensei comigo: “Não temos muito em comum? E Jesus?” Eu pensava que Jesus era o suficiente. Afinal pregamos que Jesus é tudo. Mas percebi que, às vezes, na prática, Jesus parece não ser o bastante. Então lembrei-me de uma época em que servi com cristãos de diversas etnias e tradições. Nossas reuniões de oração revelavam nossas diferenças. Uns oravam em pé, outros sentados, alguns ajoelhados, uns poucos movendo o corpo para frente e para trás, e havia aqueles que costumavam andar ao redor do salão dando socos no ar enquanto oravam. Mas todos oravam a Deus Pai por meio de Jesus. Éramos uma família na fé e na missão. Queriámos tornar o Nome de Jesus conhecido. Ele era maior que nossas diferenças. Jesus certamente era o bastante para nós!

O modo como nos relacionamos com outros cristãos pode ser um testemunho poderoso acerca de quem é Jesus para nós! Por outro lado, quando um cristão rompe um relacionamento com outro por discordar de temas de menor importância nas Escrituras, e, ao fazer isso afirma “Não temos muito em comum”, eu pergunto: O que isso revela acerca do que pensamos sobre Jesus. Ele é o suficiente ou não?

“Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de tudo, o qual está sobre todos, em todos, e vive por meio de todos.”