Luz do Mundo

Luiz Fernando dos Santos
17/5/2019
Devocional

"Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo" (Jo 9.5).

O Senhor Jesus se declarou a luz do mundo e que quem o seguisse não caminharia nas trevas. Também declarou que os seus discípulos são a luz do mundo. O que essas duas afirmações querem dizer exatamente? À parte de Jesus Cristo tudo o que há são trevas, escuridão, escuridão e ilusão. O coração do homem não governado por Cristo é uma fabriqueta de ídolos a pleno vapor. As trevas do mundo são alimentadas por esses ídolos fabricados nos corações enganosos, incorrigíveis e depravados.

A Bíblia apresenta de maneira clara o que o coração sem Cristo é capaz de produzir: “Pois do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias” (Mt 15.19); “Não participem das obras infrutíferas das trevas; antes, exponham-nas à luz. Porque aquilo que eles fazem em oculto, até mencionar é vergonhoso” (Ef 5.11,12) e ainda: “O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo?” (Jr 17.9). Esse coração perverso espalha a malícia e os efeitos perversos de seus instintos egoístas sobre toda a criação.

Não fosse isso suficiente para nos desesperar, o homem se torna ainda completamente incapaz de impedir que isso aconteça a partir do centro de sua personalidade. Contudo, o homem quando é encontrado por Cristo e recebe por fé o Evangelho da graça, sofre uma profunda transformação na natureza e nas estruturas do seu coração. Passa, devido a ‘inabitação’ do Espírito Santo, a produzir vida, virtude, paz e bênção a tudo a seu redor. Passa a projetar em todas as esferas desse mundo as sementes do Reino de Deus que ilumina a tudo e a todos. Daqui resulta o nosso entendimento de que o cristão, por sua união vital com Cristo, passa a refletir em sua vida a mesma luz do seu Senhor.

Logo, inseridos nesse contexto de trevas e morte, devemos nos comportar em conformidade com os ensinamentos de Paulo: “para que venham a tornar-se puros e irrepreensíveis, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e depravada, na qual vocês brilham como estrelas no universo” (Fp 2.15). É pelo nosso procedimento que a luz de Cristo é transparecida no mundo: “Amados, insisto em que, como estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a alma. Vivam entre os pagãos de maneira exemplar para que, naquilo em que eles os acusam de praticarem o mal, observem as boas obras que vocês praticam e glorifiquem a Deus no dia da sua intervenção” (1Pe 2.11,12) e “Contudo, façam isso com mansidão e respeito, conservando boa consciência, de forma que os que falam maldosamente contra o bom procedimento de vocês, porque estão em Cristo, fiquem envergonhados de suas calúnias” (1Pe 3.16) e ainda: “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus" (Mt 5.16).

Logo, podemos afirmar que a vida cristã não pode resumir-se ao culto público e o Evangelho não se realiza plenamente só dentro do templo. Estudar Teologia, conhecer doutrinas e dar explicações coerentes sobre o conteúdo da fé também não esgotam a dinâmica da vida cristã. Conquanto essas coisas sejam essenciais, indispensáveis e requeridas pelo caráter das Escrituras, ainda sim, é pelo nosso testemunho que a beleza do Evangelho cativa. É pelo nosso modo de viver santo, comprometido com a verdade e a justiça, amando a pureza e a tudo o que é nobre que chama a atenção do mundo. São as nossas relações marcadas por um amor casto, sacrificial e desinteressado que atrai os homens pelo desejo de experimentarem a mesma satisfação, gozo e felicidade que experimentamos em Cristo. Há um hino que nos convida a deixar a luz de Deus entrar. Precisamos nos encher do Espírito e da Palavra para isso. Há uma ordenança bíblica para deixar a luz de Cristo sair, e para isso precisamos de boas obras realizadas por uma boa consciência para com Cristo. Que a luz dele brilhe em nós.